A taxa de desemprego recuou em 15 das 27 unidades da federação no segundo trimestre de 2024, conforme os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad-C), divulgada pelo IBGE. A maior queda foi observada na Bahia, onde a taxa de desocupação caiu 2,9 pontos percentuais, passando de 14% no primeiro trimestre para 11,1% no segundo. Outros estados, como Piauí e Amazonas, também registraram quedas significativas, superando a média nacional de redução de 1 ponto percentual. O economista Samuel Dourado de Macedo explica a causa desta queda.
“Ela se deve, sobretudo, ao aumento da atividade econômica. A gente consegue ver que os indicadores macroeconômicos estão demonstrando que a economia brasileira está aquecida. Se você verificar, por exemplo, o monitor do PIB, que é divulgado pelo IBGE, você pode verificar que o PIB tem avançado, sobretudo, pelo aumento do consumo das famílias e pelo investimento das empresas. Então, quando o produto brasileiro sobe, isso acaba resvalando no mercado de trabalho.”
Em paralelo, o número de pessoas que buscam emprego há mais de dois anos caiu 17,3% no segundo trimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2023. Essa é a menor quantidade para o período desde 2015, embora o grupo ainda represente uma parcela significativa dos desempregados.
Samuel Dourado de Macedo avalia que a redução do desemprego, tanto em nível nacional quanto regional, é um sinal positivo. E ressalta que algumas unidades federativas apresentaram estabilidade nas taxas de desemprego.
“Se você olhar sobre o aspecto nacional e regional, você teve queda de desemprego tanto no nacional quanto no regional, nas regiões brasileiras. Se você olha pela unidade federativa, você vai ver que algumas unidades federativas que tiveram estabilidade, ela se deve ou porque a taxa de desemprego já estava bastante baixinha e chega em um termo que os economistas chamam de taxa de desemprego de equilíbrio e o segundo fato pode se deve à performance de alguns setores de economia.”
Apesar das melhoras no cenário geral, a desigualdade de gênero ainda é um desafio. No segundo trimestre, a taxa de desemprego das mulheres foi de 8,6%, enquanto a dos homens foi de 5,6%. Além disso, o rendimento médio das mulheres ficou em R$ 2.696, significativamente menor que o dos homens, que alcançou R$ 3.424.