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67% dos empreendedores brasileiros demonstram interesse em projetos sustentáveis, aponta CNI

No Brasil, 67% dos empreendedores da indústria demonstram interesse em acessar linhas de crédito para promover projetos sustentáveis ligados à economia de baixo carbono e à adoção de tecnologias verdes. As informações constam em pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que ouviu empresários de todo o país.

O foco principal de investimento, segundo a entidade, está voltado para o uso de fontes renováveis de energia, mencionado por 42% dos entrevistados, seguido pela modernização de máquinas (36%). Para o diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Rafael Lucchesi, o Brasil possui “grande” vantagem competitiva para descarbonização.

“O que a Arábia Saudita é para o petróleo, o Brasil pode ser para a energia verde. Não pensando aqui que o hidrogênio verde vai ser uma nova soja, uma nova commodity. Nós temos que pensar isso numa agenda de desenvolvimento industrial, a criar o aço verde, o cimento verde, a bioquímica, a bioeconomia de forma geral, impulsionar atividade de alta complexidade”, ressalta.

O estudo ouviu 1.004 executivos de empresas industriais de pequeno, médio e grande portes em todas as unidades da Federação, entre os dias 3 e 20 de novembro de 2023. O levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem, da FSB Holding.

Nova política industrial

Em consonância com a visão da agenda ambiental da CNI, a política “Nova Indústria Brasil”, lançada pelo governo federal no último dia 22 de janeiro, preconiza seis metas que buscam reverter a desindustrialização e impulsionar o desenvolvimento nacional até 2033, com destaque para sustentabilidade e inovação. Para a CNI, o programa inclui as condições necessárias para a modernização da indústria, a chamada neoindustrialização.

“As seis missões são acertadas e a mais importante delas é a transição energética. Há uma forte aderência com a visão da CNI nessa agenda e a continuidade disso vai ser um enorme esforço. Agora, precisamos tirar do papel e transformá-lo em realidade”, pontua Lucchesi.